Resenha ao Voto do Ministro Ayres Britto referente a ADI da Emenda do Calote
“§2º. A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.”
Leciona o Ministro a respeito da célebre Constituição Federal de 1988, relembrando-nos de sua rigidez e árduo processo de modificação, devido aos limites e condicionamentos estabelecidos. Dentre os condicionamentos estipulados pela Lei Maior, encontra-se a indispensabilidade dos dois turnos supracitados. Tendo em vista que a votação da matéria ocorreu em um único dia, passando por todo processo de conhecimento, discussão e votação, ainda que transcorresse intervalo, este fora mínimo, incidindo apenas para que fosse possível afirmar o atendimento à exigência constitucional quanto à duplicidade de turnos, o que verdadeiramente não ocorreu, havendo, deste modo, desprezo ao artigo em questão. É evidente o desrespeito à ordem Constitucional, pois míseros 60 minutos – ou menos, na realidade – não são capazes de compor lapso temporal suficiente para que haja um descanso mental, tendo em vista a complexidade da matéria tratada, e maior reflexão quanto ao tema - fundamentações referentes à necessidade da segunda série de discussão e votação da Emenda, muito bem assentada pelo Ministro.
No que verse sobre os quesitos materiais, os autores da Ação Direta de Inconstitucionalidade