Repulica de platao livro x
Sócrates critica o artista. quando distingue três estágios de realidade, exemplificando com: ?a cama ideal? ou a idéia de cama, ou ainda, numa corruptela, ?a camidade?; a cama propriamente dita, em que se pode dormir; e a imagem de uma cama numa pintura. Para ele, o artista atua no nível mais baixo: a arte é a reles imitação de uma aparência de realidade, e o artista apenas representa o concreto, não a idéia. Desse modo, imitação (ou mimesis) é basicamente um fazer inferior, sendo a arte um ofício que não se deve levar a sério, pois apela para o irracional na alma humana.
Particularmente no caso dos poetas, Sócrates ataca, no âmbito da literatura, a imitação de homens inferiores, que seduz a parte mais instável da alma. Desse modo, a arte tende a corromper até mesmo as mentes mais capazes, que devem se manter alertas contra tais influências, mesmo que demonstre alguma hesitação por conta da grandeza de Homero e dos poetas trágicos, para quem pede licença para continuar argumentando. O poeta imita todas as coisas sem as conhecer. A poesia, portanto, dificulta a educação do homem, especialmente do guardião da cidade, pois dá à ilusão ares de verdade. Como os pintores, e ainda mais que eles, o poeta deve ser aceito numa cidade constituída pelo agir filosófico.
É particularmente relevante a última seção do livro X. Aborda os destinos do justo e do injusto no além-mundo. Aponta a alma como um elemento que não se corrompe pelo vício ou pelo mal, pois a alma não perece com o corpo: a alma justa é para sempre recompensada,