Representa es sociais sobre o cuidar e tratar
Introdução:
Toda profissão precisa justificar a necessidade da sua prestação de serviços, delimitar seu campo de competência e dar provas de sua indispensabilidade. A valorização do cuidado de enfermagem parece estar condicionada a dois aspectos: por um lado, à comprovação de que seus cuidados são a expressão e o cumprimento de uma ação indispensável em certas circunstâncias da vida das pessoas, serviço esse não prestado por outros profissionais, e, por outro lado, os cuidados devem ser oferecidos a partir do que é significativo para a vida de alguém, na compreensão do seu sentido, estabelecendo os laços que são importantes para essa pessoa. A ação de cuidar objetiva desencadear tudo que mobiliza a energia de vida, enquanto o tratamento busca apenas circunscrever a doença, detê-la, atenuar os seus efeitos, limitando seus prejuízos. Se a função de um órgão acha-se impedida, o saber da medicina ajuda a natureza a remover a obstrução, e nada mais, enquanto a Enfermagem mantém a pessoa nas melhores condições possíveis, a fim de que a natureza possa atuar sobre ela. O que é preciso compreender é que até pode-se viver sem tratamento, mas não se pode viver sem cuidado.
Método:
Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, baseado na fundamentação teórico-metodológica da abordagem estrutural das representações sociais. Os dados foram coletados em Brasília-DF ao longo dos meses de fevereiro e março de 2009, em centros de saúde e hospitais da região. Participou do estudo um total de 90 sujeitos: a) 45 usuários dos serviços de saúde abordados em salas de espera de consultórios de postos de saúde de maneira aleatória (optou-se por esses serviços em virtude da disponibilidade desses sujeitos em aceitar a abordagem durante a espera); b) 45 profissionais de Enfermagem que desempenhavam suas funções em postos de saúde e hospitais públicos (essa escolha deu-se pela facilidade de acesso aos