Repensando a antropologia
Meu ponto de partida neste ensaio é simplesmente time (tempo) como uma palavra da língua inglesa. E uma palavra que tem número considerável de sinônimos. Em um dicionário Inglês-Francês time é temps, siecle, saison, e muitas outras palavras mais, mas a mais próxima a time do inglês seja temps, mas beau temps não é lovely time.
Esse tipo de coisa sugere um problema interessante, como chegamos a ter uma categoria verbal como time? Como isto se prende às nossas experiências cotidianas?
É claro que em nosso caso o tempo é um fator dado em nossa situação social. Mas suponhamos que não tivéssemos relógio, nem astronomia cientifica: como pensaríamos então a respeito do tempo? Que atributos óbvios o tempo pareceria então possuir?
Parece-me que nossa moderna noção inglesa de tempo abrange pelo menos dois tipos diferentes de experiências que são logicamente distintos e até mesmo contraditórios.
Em primeiro lugar existe a noção de repetição
Em segundo lugar existe a noção da não-repetição.
Todos os aspectos do tempo, duração ou sequencia histórica são apenas derivações destas duas experiências básicas: (a) Que certos fenômenos da natureza se repetem (b) Que as mudanças da vida são irreversíveis.
Precisamos reconhecer que esta irreversibilidade do tempo é muito desagradável do ponto de vista psicológico. Os dogmas religiosos estão relacionados com a negação da verdade.
As religiões certamente variam muito na maneira pela qual encerram o repudio à realidade da morte; um dos estratagemas mais comuns é simplesmente afirmar que a morte e o nascimento são a mesma coisa. Isto parece produzir a negação do segundo aspecto do tempo, através de sua equação com o primeiro.
Parece-me que são fosse pela religião nós não tentaríamos de modo algum englobar os dos aspectos do tempo sob uma categoria única, Os eventos repetitivos e os não-repetitivos são logicamente os mesmos.
Em nosso modo convencional de pensar, todo intervalo de tempo é marcado pela