gilberto velho

VELHO, Gilberto. “Observando o familiar”. In: Individualismo e Cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1999.

O livro “Individualismo e Cultura” visa demarcar uma área de pesquisa e reflexão dentro da antropologia, destacando a questão da construção da realidade e o problema da cultura propriamente dito, repensando a noção de indivíduo, sociedade e cultura, com a preocupação sociológica de distinguir grupos sociais e vê-los atuando politicamente. O texto começa falando de alguns métodos de pesquisas antropológicas. A antropologia se identificaria, não exclusivamente, com os métodos de pesquisa ditos qualitativos: observação participante, entrevista aberta, contato direto e pessoal com o universo ou grupo investigado. A ideia de tentar se colocar no lugar do outro de de captar vivências e experiências particulares exige um mergulho profundo difícil de ser precisado e delimitado poque para isso necessitaria de tempo. Gilberto Velho trata também da questão das distâncias, que seria um outro problema complexo para se aprofundar nessas investigações. Essas distâncias seriam: distância física, distância social e distância psicológica. A respeito da distância física, o autor dá o exemplo de uma cidade inglesa a uma tribo do Sudão. Sem dúvida ai existe uma distância física. Haveria um deslocamento no espaço que requereria tempo. “O fato de dois indivíduos pertencerem à mesma sociedade não significa que esteja mais próximos do que se fossem de sociedades diferentes, porém aproximados por preferência, gostos, idiossincrasias”. Esse trecho nos apresenta a questão da relação entre distância social e psicológica. Podemos entender através disso, que a distância social e psicológica pode ocorrer em indivíduos de uma mesma sociedade, mas poderia aproximar indivíduos de sociedades distantes. A aproximação ocorreria através do compartilhamento de ideias, gostos e preferências. “O que nos é familiar, que sempre vemos