Renascimento Comercial e o surgimento da burguesia
O contato com os islamitas ensinou aos cristãos certas técnicas comerciais, como a contabilidade, o uso das letras de câmbio e a noção de banco.
Dentro da própria Europa, diversos fatores contribuíram para o progresso das atividades comerciais. O fim das invasões árabes, normandas, húngaras e eslavas produzira um acentuado crescimento demográfico e, conseqüentemente, ampliara os mercados. A disponibilidade de mão-de-obra levou ao cultivo de novas terras, cujos ocupantes se estabeleciam na condição de homens livres.
Enquanto isso, o sistema feudal, cuja produção era adequada apenas para o consumo local, não conseguia atender ao crescimento da demanda, tomando-se incompatível com as novas condições históricas. Sua crise e decadência iriam levá-lo à desintegração, séculos depois.
Uma vez que a produção do feudo se tomou insuficiente para sustentar todos os seus habitantes, muitos deles começaram a sair. Isso aconteceu tanto com os vilões (que saíam livremente) como com os servos (que fugiam, ou às vezes eram expulsos por seus senhores). Esses elementos marginalizados dirigiam-se para os aglomerados urbanos, na esperança de lá ganharem a vida. Participavam de uma cruzada, roubavam, ingressavam na escolta de alguma caravana ou formavam bandos de salteadores. Qualquer atividade servia, desde que garantisse sua sobrevivência. Houve aqueles que se dedicaram ao comércio ambulante, formando o embrião do que mais tarde seria a burguesia.
As rotas de comércio foram um elemento essencial do Renascimento Comercial, pois constituíam as artérias por onde fluía a vida mercantil da época. As principais rotas