Religião
Elogios de homens, manifestações de gratidão.
Caminhei um pesado trecho desmotivado, murmurante e inconstante em meu animo.
Atravessei o caminho do perfeccionismo afastando pessoas preciosas da minha vida,
Escalei a montanha do orgulho e egocentrismo, ficando só e acreditando que os outros que me abandonaram.
Feri e fui ferido, já carreguei a culpa,
Já culpei quem era culpado e até inocentes.
Não valorizei sentimentos verdadeiros,
Me apeguei a coisas superficiais,
Já menti, enganei, humilhei, agredi,
Já fui meu próprio mostro perdido em mim mesmo.
Já me envergonhei e me arrependi
Algumas vezes em tempo, outras vezes tarde demais.
Carrego marcas, dores, arrependimentos,
Carrego experiências, esperança e uma promessa.
Serei humano, até o ultimo dia da minha vida,
E na minha humanidade, busco a sanidade de servir a Deus longe, totalmente longe da religião.
Não misturando o vinho, nem deixando o azeite isolado, envelhecido, trancafiado em um coração fariseu.
Mas aprendendo buscar o que não vem da terra, deixar fluir o que é bom, tocar nos necessitados, amar os não amados, os marginalizados da religião, os fora-da-lei, para os quais Cristo morreu na cruz.
E em cada esquina, em cada encruzilhada,
Em cada bêbado perdido na madrugada,
Em cada prostituta completamente drogada,
Nos menores de rua que cheiram cola,
Que fazem dos viadutos, becos e favelas uma escola.
No rosto dos encarcerados, nos olhos dos marginalizados
Eu vejo Cristo o Filho de Deus,
Eu me vejo precisando de ajuda,
Eu vejo pessoas virando as costas,
Eu vejo juízes batendo o martelo e dando a sentença
Que na verdade condenam a si mesmos
Amarás o teu próximo como a ti