Religião e sociedade
A Sociologia, surgida na intenção de separar-se dos dogmatismos e explicações religiosas da sociedade, volta-se, em seguida, para o estudo das formas religiosas. O primeiro grande trabalho nesse sentido, que influenciou a outros posteriormente, foi empreendido por Durkheim, em 1912: “As formas elementares da vida religiosa: o sistema totêmico na Austrália”. Neste trabalho, Durkheim analisa os elementos religiosos encontrados entre os povos “primitivos” da Austrália, àqueles que ainda estavam no estágio da solidariedade mecânica. A solidariedade mecânica, segundo ele, comportava formas de sociabilidades muito simples e coesas, nas quais os indivíduos estão demasiadamente integrados ao grupo, e este exerce uma forma coerção sobre ele. Já a solidariedade orgânica seria típica das sociedades mais complexas, tal qual a nossa, marcada pelo individualismo. Um feiticeiro dos Camarões Em seus estudos, Durkheim chega à conclusão que os totens (objetos de adoração identificados com o divino, ou eles mesmos comportando material sagrado) seriam os primórdios da configuração religiosa de grande parte da humanidade. A esse respeito, podemos pensar sobre os símbolos religiosos existentes em várias religiões. Alguns são criados para “lembrar” a divindade, já outros, segundo a crença, comportam a própria divindade, como é o caso da hóstia católica.
O elemento religioso na formação cultural brasileira
Como já foi evidenciada anteriormente, a formação cultural brasileira possui três pilares fundamentais: indígena, europeu e africano. No que compete à religiosidade, no entanto, o elemento europeu e o africano se tornaram mais evidentes na formação religiosa da população brasileira. Na época da escravidão, os negros, submetidos a longas jornadas de trabalho, tinham na dança e na música que trouxeram da África, uma forma de se divertirem nos momentos de descanso. Mas o que isso tem a ver com religião? Tudo! As danças e músicas africanas eram intimamente