Religião e sociedade
Radcliffe-Brown (1973) afirma que em toda história da humanidade os homens sempre acreditaram que praticando atos religiosos de forma adequada ou em observância de prescrições, estes obteriam benefícios, como: saúde, filhos, bem-estar, vitórias nas guerras, dinheiro, safras abundantes etc.
Quando consideramos as religiões dos povos primitivos como crenças ilusórias e errôneas, estamos diante, segundo Radcliffe-Brown (1973), de um problema. Para ele, o problema é tentar descobrir de que forma essas religiões vieram a ser formuladas e aceitas. Os antropólogos tem dado atenção especial a essa problemática, que não levará a compreensão verdadeira da natureza das religiões.
As religiões, de acordo com Radcliffe-Brown (1973), são parte essencial e importante das relações sociais, não tratando de suas origens, mas de suas funções sociais. Ele relata:
“[...] a teoria de qualquer religião seja parte importante e mesmo essencial do maquinismo social, como o são a moralidade e a lei, parte de um sistema complexo pelo qual os seres humanos são capazes de viver em conjunto numa disposição organizada das relações sociais. Desta perspectiva tratamos não das origens, mas das funções sociais da religião, isto é, a contribuição que ela é capaz de dar para a formação e manutenção da ordem social [...]”. (RADCLIFFE-BROWN, 1973, p. 192) Radcliffe-Brown (1973) não pretende estudar a veracidade ou a falsidade de uma religião, ou de várias religiões, por mais primitiva ou absurda que ela seja, mas defender a ideia de que essas religiões, independentes de serem primitivas ou não, são mecanismos eficazes de controle social. É papel da religião proporcionar o alicerce de uma vida social organizada.
Para Radcliffe-Brown (1973, p. 192), “[...] sem essas falsas religiões a evolução social e o desenvolvimento