Religião e religiosidade ontem e hoje
1. O ser humano é religioso
Quando afirmamos que ser humano é também ser religioso, queremos dizer que a abertura para o mistério, para aquilo que ultrapassa o imediato é fundamental na nossa existência. O ser humano, historicamente, de maneiras diversas, no tempo e no espaço, sempre se situou afirmativamente com relação ao Transcendente. Espantado diante da complexidade do real, da vida, da natureza, o ser humano lança-se em busca do Absoluto, daquilo que está além das aparências e do efêmero. O ser humano vive com sede de eternidade, sede daquilo que extrapola os limites do histórico da existência e, então, torna-se religioso de maneiras diferentes, na história e nos lugares diversos, dependendo de cada cultura. Devemos afirmar, então, que o ser humano possui religiosidade assim como possui sexualidade, ou o gosto pela música. Se a analogia for válida, poderemos então distinguir, comparativamente, a sexualidade, que é um dado universal, e a maneira com que cada povo, cada cultura vive concretamente a sexualidade. Se optarmos pela analogia da música, poderemos facilmente perceber que a musicalidade é de todos e as tendências musicais, os ritmos, as melodias são diferentes em culturas, épocas e lugares distintos. Assim o é com relação à religiosidade.
2. Religiosidade nos povos da Pré-História Os povos da Pré-História, nossos ancestrais, não nos deixaram, naturalmente, documentos escritos, nem depoimentos, dadas as circunstâncias da vida naqueles tempos. Todavia, temos deles algumas provas arquitetônicas com algumas construções como os túmulos e pinturas nas pedras e nas cavernas. Esses documentos arquitetônicos levaram a Antropologia a concluir que aqueles povos possuíam religiosidade e que buscavam Transcendência a sua maneira. Um dos exemplos é que alguns povos enterravam seus mortos em vasos de argila, com