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Filosofar é um exercício de reflexão. Como o ramo da roseira carregado de flor se curva (reflete) até tocar o solo c às raízes, assim o pensar e o ser recurvam-se sobre si, revisitam e reencontram as suas fontes e emergem mais seguros na direção do agir. Trabalhar com a infância, a adolescência e a juventude sobre o fenômeno religioso requer sobremaneira esse reencontro (re-flexão) com as fontes, um revisitar a mim mesmo, o outro, a sociedade, o mundo a partir do nosso lugar e do nosso tempo. Tempos pós-modernos, espaço Brasil. Já escrevi em outro texto mais amplo sobre as religiões e o sagrado nas encruzilhadas da pós-modernidade. Retomo aqui os tópicos mais relevantes.
Novas relações de produção e consumo
O pós-moderno não se define como uma nova era que suplanta e sepulta a modernidade. É um tempo de transição, de busca e de incertezas, de problemas e de interrogações, muito mais do que de respostas. A estrutura fundamental econômica, social, política e cultural da era moderna, que recebe o nome de capitalismo tardio ou neoliberalismo, ainda persiste, mas vão emergindo situações novas, um clima diferente de viver e pensar, chamado por isso de pós-moderno.
Os últimos 50 anos assinalam a chegada do pós-moderno e apresentam no campo da economia um aspecto novo, ou seja, a produção em grande escala de bens não duráveis ou descartáveis. Milhões de marcas vão sendo reproduzidas e substituídas por objetos e modelos novos, que o mercado faz envelhecer e toma obsoletos em curto prazo, alimentando o ritmo perpétuo de produzir, vender, consumir, reproduzir. Por essa característica, define-se o pós-moderno como uma sociedade de consumo ou um sistema de objetos e a velocidade, a transitoriedade e a descartabilidade são os seus vestígios mais acentuados.
Sonho e realidade
A expansão da sociedade dos objetos nos últimos decênios deu asas ao sonho neoliberal de transformar o mundo em um imenso supermercado global; a