Religião e igreja bizantinas
ARTHUR ANTÔNIO SOARES DE OLIVEIRA
LUIZ DE SOUZA PORTO COÊLHO
MATHEUS CORASSA DA SILVA
A RELIGIÃO E A
IGREJA BIZANTINAS
Trabalho apresentado à disciplina História Medieval do Curso de História da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito para avaliação. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Alberto Feldman
VITÓRIA
2011
INTRODUÇÃO
A ascensão do cristianismo como religião principal do Império foi um marco na história romana. Mesmo após a suposta crise do Império do Ocidente no século V, a Igreja Católica emerge como a mais sólida instituição política do Medievo, considerando-se a principal depositária dos valores romanos numa realidade de um crescente processo de “barbarização” da sociedade.
No Oriente, embora a administração imperial tenha se mantido por ainda dez séculos, o cristianismo também é investido do mesmo poder, com algumas particularidades, é claro, que veremos ao longo do texto. O que vale ressaltar logo de início é que a religiosidade torna-se indissociável da história e da mentalidade bizantinas, haja vista a reduzida importância que a vida neste mundo tinha para esse povo. Nesse sentido, o cristianismo proporcionava-lhes uma fuga da realidade, de modo que pequenos detalhes da teologia tornavam-se muito mais importantes que grandes questões políticas, uma vez que as primeiras estavam ligadas ao que é eterno e as últimas não (RUNCIMAN, 1977).
Tal amálgama criado entre a religião, a sociedade e o Estado bizantinos lançará as bases para um modelo teocrático de governo “[...] que representava a cópia terrena do Reino dos Céus” (RUNCIMAN, 1978, p. 9), e tinha em seu soberano terreno, o Imperador, a imagem do “[...] Vice-rei de Deus, o chefe sagrado dos povos da terra” (RUNCIMAN, 1987, p. 10).
O PATRIARCADO DE CONSTANTINOPLA
A organização da nascente Igreja Católica foi moldada de acordo com a do Estado secular romano. Cada uma das quinze dioceses nas quais fora dividido o Império e as principais cidades