Religião e Fé
Podemos destacar dois períodos na filosofia medieval. O primeiro, a Patrística (2 a.C. a 7 d.C.), teve como maior expoente Santo Agostinho (354-430), o filósofo que adaptou o pensamento de Platão aos preceitos da Igreja Católica.
O outro período, a Escolástica (século 8 a 14), assim chamada em razão dos professores das universidades medievais, os escolásticos, foi marcada pela tentativa de conciliação entre razão e fé. Um dos mais importantes nomes da filosofia medieval e maior representante deste período foi Santo Tomás de Aquino (c.1225-1274).
Aristóteles
Na época de Tomás de Aquino começaram a ser difundidos na Europa escritos de Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), grande parte graças a filósofos árabes como Averróes e Avicena, que traduziram e comentaram a obra.
Mas, ao contrário de Platão, cuja filosofia idealista incluía, por exemplo, uma noção de alma imortal (e, deste modo, pôde se adequar mais facilmente ao cristianismo), o pensamento aristotélico, com seu caráter mais científico, representava uma ameaça à política eclesiástica.
Coube a Tomás de Aquino tornar a metafísica aristotélica não somente aceitável para os cânones papais como também um fino tecido argumentativo em favor da fé cristã.
Razão e fé
Oposto à Patrística, o pensamento tomista é construído em bases racionais e empíricas, separando filosofia de teologia, apesar de subordinar a primeira à segunda. Assim, o papel da razão é demonstrar e ordenar os mistérios revelados pela fé.
Razão e fé puderam ser, enfim, harmonizadas, apesar de serem distintas, mesmo no que diz respeito às verdades