Religião, razão e fé
O PROBLEMA: Será que a crença em Deus se pode justificar com base em provas ou argumentos?
A discussão clássica em filosofia da religião diz respeito ao Deus teísta.
O Deus teísta é omnipotente, omnisciente e sumamente bom.
Resposta Negativa
Os nossos métodos de justificação racional, através de argumentos ou provas, são insuficientes para justificar a crença em Deus.
Só podemos «conhecer» Deus pela fé, nunca pela razão.
Problemas:
1. Por que razão é mais importante crer em Deus do que saber que Deus existe?
2. Se a fé fosse suficiente para justificar as verdades religiosas, então cada religião estaria justificada em postular a existência das suas divindades.
3. A posição fideísta contraria a ideia teísta de que é possível descrever Deus.
Respostas Positivas: Os argumentos clássicos a favor da existência de Deus
À doutrina segundo a qual podemos justificar racionalmente, com base em dados ou argumentos, a crença na existência de Deus, chama-se Teologia Natural.
ARGUMENTO ONTOLÓGICO DE SANTO ANSELMO (1033-1109)
Argumento a priori
Primeiro Santo Anselmo define Deus: Deus é o ser maior (tem todas as qualidades) do que o qual nada pode ser pensado.
Depois toma como hipótese a refutar o seguinte: Deus existe apenas no entendimento.
E agora vem o argumento: Se Deus existe apenas no entendimento, então podemos conceber um ser maior do que Deus, nomeadamente um que exista também na realidade. Mas, por definição, Deus é o ser maior do que o qual nada pode ser pensado.
Mas assim ficamos com uma contradição: Logo, a suposição de que Deus apenas existe no entendimento é falsa.
Conclusão final: Deus existe na realidade!
A ideia é que a existência é uma perfeição. Dado que deus é supremamente perfeito, tem que existir na realidade, caso contrário não seria perfeito.
Objecção:
1. A única coisa que se pode concluir do argumento é que se Deus existir, é perfeito. Mas podemos utilizar o mesmo argumento para