Espiritualidade, religião e fé
Espiritualidade, religião e fé
Francisco Catão no texto “Espiritualidade, religião e fé”, afirma que estas três palavrinhas estão em evidência no atual contexto histórico-cultural. Elas “vão além das questões teóricas ou pragmáticas, teológicas ou políticas”. Ele afirma que olhando para a nossa sociedade e para as pessoas, não é difícil perceber uma forte tendência em imprimir nestas palavras uma expectativa de felicidade e paz. Isso se dá porque vivemos em uma sociedade totalmente voltada para o lazer e nas atividades da sobrevivência.
Espiritualidade, religião e fé, são palavras que remete a algo que vai além de suas estruturas e confusões semânticas. Elas provocam no alguns questionamentos ou inquietações sobre o transcendente, sobre o sentido da vida.
O homem, desde o princípio de sua existência buscou formas de se harmonizar com “Deus”, ou com o “Além” por meio das suas práticas, que depois foram denominadas de religiosas. A busca de sentido marcou significativamente a existência e levou às práticas religiosas. Neste contexto, podemos afirmar que religião, de maneira genérica, são as formas como o ser humano, desde as mais antigas eras, expressou a sua percepção de mundo.
“Custamos a imaginar que a verdade do ser humano e, portanto, da sociedade depende do sentido que tem a vida compartilhada, expresso nas mil maneiras de significá-la e de entendê-la, que vão desde as formas mais elementares da linguagem com que as pessoas e os grupos se comunicam até o ritual e o discurso das grandes manifestações sociais, passando pela forma que tomam as instituições econômicas, culturais e políticas”. Podemos afirmar que todas as religiões ou igrejas, antes de estarem organizadas com toda a burocracia legal, apresentam-se como expressão de uma resposta às aspirações humanas de busca de sentido. “De fato, religião, quer no sentido ciceroniano — de releitura das tradições pátrias, re-legere —, quer no sentido cristão — de restabelecimento do laço com o