Relações Políticas entre Brasil e Angola no século XIX
Luccianne Guedes da Luz Martins2
Resumo
O presente artigo trata das relações entre Brasil e Angola no contexto do Império Português do século XVIII e início do século XIX, que compreende os territórios metropolitanos e os domínios ultramarinos, inseridos estes no sistema mundial capitalista europeu. No interior desse sistema português, destaca-se o espaço luso-atlântico, por sua riqueza e dinamismo econômico, envolvendo as relações de Portugal com a América portuguesa e as feitorias situadas no litoral africano. Portanto, o Império aparece como espaço de circulação de mercadorias, de grupos sociais e de famílias empresariais. Neste artigo, o meu interesse é tratar das relações especificamente entre Brasil e Angola no período da Independência do Brasil, quando as trocas entre os dois lados do Atlântico foram intensas.
O período entre 1808-1840 foi escolhido por ter sido nele que as relações se intensificaram, surgindo os movimentos para a união política do Brasil e Angola e, também, os acontecimentos que possibilitaram o distanciamento dos dois lados do Atlântico. Depois de 1830, não se falava mais em união política, apesar das relações entre Brasil e Angola continuarem através do tráfico de escravos.
Palavras-Chave: Angola – Brasil – Relações Internacionais – tráfico de escravos – Estado Nacional.
Para entender as relações entre Brasil e Angola que tiveram como base o tráfico de escravos, o qual influenciou a vida desses povos econômica e socialmente, pois esse tráfico era uma empresa com princípios de funcionamento, precisamos contextualizar essas relações e situá-las como parte do Império Português do século XVIII e início do século XIX, que compreende os territórios metropolitanos e os domínios ultramarinos, inseridos estes no sistema mundial capitalista europeu.
Para isso partiremos de uma análise da bibliografia e das fontes documentais tais como: