Relações do brasil com a áfrica
1º Período: 1500 a 1825
Após o dito descobrimento do Brasil por Portugal em 1500, de 1501 a 1503 Portugal envia expedições exploradoras ao Brasil e outras são enviadas em 1516 e 1526. Porém, só em 1530, Portugal envia uma expedição visando realmente a ocupação da nova terra. Assim, inaugura-se uma política diferente da Coroa portuguesa: agora a colonização promoverá a intervenção direta dos empresários europeus no âmbito da produção.
A questão da mão de obra já encontrara a resposta adequada aos interesses da burguesia mercantil e dos senhores das terras: a escravidão negra. Uma relação de maior envergadura estabeleceu-se a partir do meio do século XVI entre Brasil e Angola, pelo movimento de mão-de-obra da escravatura. Com o início do tráfico transatlântico de escravos, as ligações entre o Brasil e a África — incluindo o comércio de produtos, as interações econômicas e sociais e o intercâmbio de ideias e know-how ampliaram nesse período.
Durante 3 séculos, a economia da Angola, como fornecedora de escravos, girava em torno da produção brasileira. Esse acontecimento histórico introduziu, por várias décadas, uma alteração que podemos considerar de caráter institucional, porque grande parte da administração colonial e das forças armadas em Angola eram enviadas pelo Brasil, até mesmo no âmbito do governador geral. Em seguida, no plano socioeconômico, um grande crescimento registrou-se no fluxo de escravos, e produtos brasileiros ou existentes no mercado brasileiro foram exportados para a Angola, sobretudo bebidas e tecidos, contexto que prevaleceu até à abolição, legalmente decretada em Angola, vários anos antes disso ocorrer no Brasil.
Nessa fase era impossível compreender uma sociedade sem referência a outra, e ambas apresentavam duas características comuns: existiam em função de centros de decisão externos e eram fortemente resistentes à inovação, o que contribuiu para a lentidão com que evoluíram as duas