Estudante
Já em pleno século XX reataram-se relações comerciais regulares entre a África e o Brasil. O papel destinado à África na política externa brasileira ressurge no contexto das independências africanas de finais dos anos cinquenta e início da década de 1960. O Brasil esboçou então uma verdadeira abertura para a África, aí incluída a África dita portuguesa, durante as presidências de Jânio Quadros e João Goulart (1961-1964), traduzida na abertura de uma série de representações diplomáticas em oito países africanos. A emergência da ditadura militar (1964) que governaria o Brasil por mais de duas décadas veio interromper esta política, por muitos, considerada uma das etapas essenciais do reencontro Brasil-África.
Em finais da década de sessenta começa a colocar-se, politicamente, para o Brasil, o problema de optar entre as possibilidades que oferecia uma África independente (o que excluía as então colónias portuguesas) e o volume de trocas económicas com a África do Sul (sob o regime do apartheid). Este problema prevaleceu durante largos anos, ainda que te-nham crescido as importações e exportações brasileiras de e para África e se tenham realizado vários acordos comerciais e diplomáticos entre o Brasil e vários Estados africanos.
Mas isso não foi tanto o resultado de uma «política africana» brasileira, o que, aliás, valeria ao Brasil fortes críticas da parte de dirigentes de Estados africanos, sobretudo no que respeitava à posição do Brasil relativamente às então colónias portuguesas. Neste período, o Brasil, ainda em plena ditadura mi-litar, confrontou-se mais com a procura de um equilíbrio entre as relações que pretendia manter, por um lado, com os países africanos e, por outro lado, com Portugal e suas colónias e a África do Sul.
Com Portugal, dizia-se então no discursos político, o Brasil «comparti-lhava uma cultura, uma língua e uma visão ocidentalista das relações internacionais». Mas, apesar dos esforços de