História economica de angola
Comunicação
Jonuel Gonçalves Questões sobre a História Económica de Angola
Da fundação de Luanda ao começo do ultra-colonialismo
1. Identidades na economia? A Economia é talvez a única das ciências sociais para quem “identidade” não é categoria de analise nem mesmo noção importante. No dialogo com a História e a Sociologia, alguns economistas preocuparam-se em dado momento com a eventual adaptação das problemáticas “identitárias” aos estudos económicos, mas a deriva em que essas problemáticas entraram, reduziu bastante a preocupação. Na verdade, a “identidade” é objeto de vários conceitos - o que ocorre com outras expressões em todas as ciências sociais - mas sobretudo é usada para legitimar causas muitas vezes antagonicas, ao ponto de aparecer como quase sinonimo de
fechamento comunitário ou nacional e até como manifestação de xenofobia, racismo ou etnicismo. Por essa razão, a pesquisa em Economia menciona as “identidades” - por exemplo em estudos sobre contextos locais ou regionais - quando manifestações de finanças,
particularismo incidem sobre
aspectos de produção, consumo ou
recorrendo a definições de historiadores, sociólogos ou antropólogos, quase sempre sem tecer muitos comentários e sempre optando por definições compatíveis com suas ideologias ou valores. Duas expressões, muito usadas como espaços das “identidades” por todos os teóricos
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destas, constituem recurso frequente nos estudos económicos: comunidade e nação, na medida em que ambos permitem situar dois elementos fundamentais da atividade económica - o mercado e o estado. A palavra comunidade cobre espaços de todas as dimensões, desde a comunidade de vizinhos à internacional. Atualmente é muito usada em África para definir as
entidades de integração económica, após tê-lo sido na Europa até perto de final do século XX. Em quase todo o Atlântico Sul, nas suas margens oriental e ocidental, a