Resumo: lima, mônica, venho de angola, camará
O texto de Monica Lima trata da influencia na cultura popular brasileira trazida da vasta região costeira central do continente africano, onde hoje estão Angola e Congo.
A linguagem é um dos aspectos mais evidentes da contribuição cultural dos africanos trazidos para o Novo mundo. Práticas religiosas, conhecimentos técnicos agrícolas e de mineração, valores sociais, costumes da vida cotidiana e hábitos de alimentação, entre outros elementos, fizeram parte da bagagem cultural que os escravizados trouxeram para a formação de nosso país.
Os laços que ligam o Brasil a Angola existem há muito tempo. Fizeram parte da formação do Império português e continuam ligados até os dias atuais. Alguns desses laços são:
• Manifestações religiosas como os calundus, presente entre os escravos trazidos da região Congo-Angola, estão na origem de religiões afro-brasileiras como o candomblé na Bahia;
• A arte da capoeira pode ter sua origem na “dança da zebra”, o n’golo do sul da Angola;
• O jongo, tão presente em comunidades negras do sudeste brasileiro e a congada assinalam herança centro-africana em versos, personagens, palavras;
• Os movimentos de corpo característicos de algumas danças brasileiras, como o rebolado, também tem sua origem na Angola. Essa ginga, cujo próprio termo deriva da língua quimbundo e nomeava uma rainha africana.
O Brasil é o país que por mais tempo e em maior quantidade recebeu escravos africanos. O tráfico angolano abastecia principalmente o porto do Rio de Janeiro e, em segunda escala, Bahia e Pernambuco. No século XIX, quando Luanda foi invadida e ocupada pelos holandeses, uma expedição partiu do Rio de Janeiro a fim de retomar Angola para o Império português e as tropas eram formadas por indígenas, africanos e seus descendentes. A expedição, comandada por Salvador de Sá obteve sucesso e, com a retomada de Angola, fez- se crescer a presença dos brasileiros por lá. Estes ocupavam as funções que seriam de