Relação indivíduo-sociedade
Como os homens agem em sociedade? Como as ações de indivíduos diferentes se influenciam reciprocamente? Como as pessoas obedecem a regras que são definidas pela sociedade e são exteriores a elas? Como práticas sociais definem individualidades e, ao mesmo tempo, grupos homogêneos? Os sociólogos tentam responder a essas perguntas. O que varia de autor para autor é a ênfase dada ora à ação individual, ora à ação coletiva. Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx foram os pensadores do século XIX e XX que lançaram as bases da Sociologia como ciência. Eles servem de bom exemplo, não só porque é a partir de suas teorias que ainda hoje se analisa a sociedade atual, mas também porque se ocupavam de estudar a realidade do indivíduo e da sociedade moderna no momento em que essa realidade estava se consolidando historicamente, abordando tanto problemas teóricos como práticos. Para isso criaram conceitos cujo objetivo tentaremos explicá-los. Vejamos, a seguir, alguns autores e os conceitos elaborados por eles.
Émile Durkheim e os fatos sociais
Para o Sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), a sociedade prevalece sobre o indivíduo. A sociedade é, para esse autor, um conjunto de normas de ação, pensamento e sentimento que não existem apenas na consciência dos indivíduos, mas que são construídas exteriormente, isto é, fora das consciências individuais. Em outras palavras, na vida em sociedade o homem defronta com regras de conduta que não foram diretamente criadas por ele, mas que existem e são aceitas na vida em sociedade, devendo ser seguidas por todos. Sem essas regras, a sociedade não existiria, e é por isso que os indivíduos devem obedecer a elas. As leis são um bom exemplo do raciocínio de Durkheim. Em toda sociedade existem leis que organizam a vida em conjunto. O indivíduo isolado não cria leis nem pode modificá-las. São as gerações de homens que vão criando e reformulando coletivamente as