Relação comercial entre Brasil e Alemanha
Brasil e Alemanha: seis décadas de intensa parceria econômica
C h r is t ian Lo h bau e r
■■ Foi durante o governo do Presidente Juscelino Kubitschek, na segunda metade da década de 50, que a República Federal da Alemanha iniciou uma parceria econômica que foi e permanece sendo determinante para o desenvolvimento do
Brasil. A então Alemanha Ocidental partira para sua trajetória de recuperação após o desastre da II Guerra. Após uma década de reorganização interna, aplicou o “Modelo Renano” de Economia Social de Mercado, que possibilitou o milagre econômico alemão, o Wirtschaftswunder, coordenado por Ludwig Erhard. A Alemanha investiu sua energia e capacidade na integração europeia e na condição de país produtor e exportador de produtos de valor agregado. Escolheu algumas regiões do mundo para estabelecer suas empresas, entre elas, afortunadamente, estava o Brasil. A chegada da Companhia Siderúrgica Mannesmann em 1954, e logo depois a Usina Sofunge que viria a ser parte da Mercedes Benz em 1955, além da fábrica da Volkswagen na Via Anchieta em 1959, são exemplos do início de um processo de investimento e confiança no Brasil que nunca deixou de existir.
A participação alemã no desenvolvimento econômico do Brasil fortaleceu-se a partir do início dos anos 60. Em maio de 1964, pouco mais de um mês após o movimento que mudou o regime político brasileiro, o presidente Heinrich Lübke visitou o Brasil. Embora a visita do Presidente da Alemanha não tenha a mesma importância da visita do Chanceler, tratava-se da primeira visita oficial de um chefe de Estado estrangeiro ao Brasil sob o novo regime. Lübke fez questão de confirmar financiamentos para vários projetos de infraestrutura acordados ainda durante o governo de João Goulart e garantiu que o fluxo crescente de investimentos no país não seria cortado. Na ocasião, o Brasil era o maior exportador
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