relação assimétrica médico-paciente
De uma maneira geral, percebe-se que o aumento no número de descobertas na área médica, seja na farmacologia, seja na genética ou em outras áreas, promoveram enormes avanços para a prática clínica, contundo a custo do crescimento de uma medicina centrada no modelo biomédico, ou seja, que foca apenas na doença do paciente e não no doente. Logo, por um lado aumentou-se as técnicas e descobertas na área médica, que contribuem para uma melhora na avaliação diagnóstica e na terapêutica, mas se esqueceu do ser humano que está sendo tratado. Esse esquecimento, por sua vez, traz uma série de consequências à prática clínica, uma vez que em um conceito moderno dos processos de saúde-doença, a transição é caracterizada por um conjunto de efeitos biopsicossociais, ou seja, além da parte biomédica, que é a única avaliada pelo modelo Flexneriano, e aprofundada na medicina moderna, deve-se avaliar o paciente também nas suas características sociais e psicológicas, a fim de que se tenha uma melhor avaliação do impacto daquela doença no paciente e o seu entendimento sobre ela, que impactarão diretamente em sua adesão ou não ao tratamento e no seu bem-estar psicológico. Assim, analisando os avanços que ocorreram para o surgimento da medicina moderna, nota-se uma evolução nos quesitos técnicos, mas um retrocesso na parte humana da medicina, gerando uma medicina com um potencial de eficiência desperdiçado e pacientes com um tratamento aquém do merecido, colocando em dúvida a eficácia da medicina moderna. Quando se avalia a qualidade de um atendimento, para os pacientes, mais da metade da percepção de qualidade do atendimento é colocado como fruto da boa relação médico-paciente, enquanto apenas uma pequena parte dela é composta pela capacidade diagnóstica e terapêutica do médico, sendo assim não é mais possível prover apenas o serviço mais eficiente, mas também um serviço que aborde