CUIDAR X CURAR
“Bernard Lown, discípulo de Samuel Levine e um dos mais destacados cardiologistas do séc. XX, argumenta, com base em sólida experiência de mais de 40 anos de exercício profissional, que os médicos desaprenderam a arte de curar. Nunca a medicina avançou tanto no diagnóstico e tratamento das mais variadas doenças como no passado século, e nunca o ser humano enfermo foi tão mal cuidado” (p.90).
“Professor emérito de cardiologia da Escola Pública de Harvard, em seu livro A arte perdida de curar deplora a exagerada ênfase que as escolas médicas empregam na formação de profissionais que serão “oficiais-maiores da ciência e gerentes de biotecnologias complexas”, desconsiderando a genuína arte de ser médico. Aponta como verdadeira “sabedoria médica” a capacidade de compreender um problema clínico não em um órgão, mas em um ser humano integral” (p.90).
“Persegue-se a ideia de que todo mal que aflige o paciente pode ser identificado pela tecnologia. Avançamos de maneira extraordinária no conhecimento das doenças, mas esquecemos do ser humano enfermo e, equivocadamente, passamos a tratar doenças de pessoas e não de pessoas que circunstancialmente estão doentes” (p.90).
“Qualquer médico sabe por experiência própria que uma doença raramente é orgânica ou psíquica, ou social ou familiar. O profissional sabe que ela é orgânica e psíquica, social e familiar. Todos os sintomas formam um complexo conjunto de diferentes instâncias, quer seja orgânica, psicológica, social ou familiar” (p.95).
“Quando um paciente procura atendimento médico, invariavelmente está buscando por cuidados que não se limitam simplesmente a livrar-se de um mal-estar circunstancial. A relação médico-paciente nunca deixará de ser interação intersubjetiva experimentada por duas pessoas e, por mais assimétrica que seja, somente será eficaz se for conduzida com acolhimento, escuta-resposta e esperança de