relaçoes verbais tematicas
O gênero discursivo dos quadrinhos
O gênero quadrinhos constitui uma modalidade própria de linguagem. É construído a partir da conjugação de dois signos gráficos: o visual e o lingüístico. Há situações em que o elemento visual assume todas as funções dentro do texto. É o caso das histórias mudas. No caso das histórias dialogadas, há uma complementaridade entre o código visual e o lingüístico.
Outros elementos ajudam a compor os quadrinhos. Desses, o que dá mais dinamicidade ao texto são os balões, porque ampliam o nível de significação. Lyten (1985) lista, além do mais utilizado, o balão-fala, outros como o balão-pensamento, balão-berro, balão-cochilo, balão-medo (trêmulo), balão-transmissão (sons de aparelhos eletrônicos), balão-uníssono (fala única de diversas personagens), entre outros, e esclarece que palavras e expressões explicativas são economizadas pelos efeitos deste ou daquele balão. A autora afirma que, da mesma forma que os balões, as onomatopéias completam a linguagem dos quadrinhos e lhes trazem efeito de natureza sonora. A onomatopéia surge associada a alguma figura ou situação e facilita a interpretação ou induz a ela.
Além de estar associada a alguma figura ou situação, a onomatopéia é vista também como uma forma expressiva de linguagem, porque pretende imitar ou ilustrar diretamente, em vez de significar. Essa consideração é feita por Dutra (1997: 167), para quem essa qualidade ilustradora ou expressiva de seqüências onomatopaicas pode ser observada claramente ao se comparar seqüências que ocorrem dentro e fora do balão em histórias em quadrinhos.
Em seu estudo, Dutra mostra que o discurso direto e a onomatopéia não-lexical – a representação de ruídos de vários tipos – são usados na fala cotidiana, principalmente nas narrativas, como estratégias discursivas responsáveis pela manutenção do fluxo