Relatório sobre a justiça do trabalho
Vejam que interessante, crítica e bem-humorada descrição das rotinas judiciais, efetuada pelo estudante do curso de Direito Herick Victor Dantas de Argôlo:
“Relatório das Audiências da Justiça do Trabalho
Impressões do estudante Na incumbência de acompanhar audiências da Justiça do Trabalho, me dirijo ao prédio do TRT da 20ª Região, situado quase que nos limites da cidade, podendo-se dizer que está próximo da saída, ou então imediato à entrada, embora isso não queira dizer nada. O local ao redor é esmo. Em suas encruzilhadas avisto, reiteradas vezes, vestígios de rituais macabros, popularmente designados pelo termo “macumba” por quem os vê, e talvez por “religião” por quem a pratica. Ocorre-me, numa dessas tardes de visita, que o mais certo é que são resquícios de fé, quem sabe até numa decisão justa daqueles que decidem o que é justo. Muitos destes trabalham nos prédios aos quais me dirijo. Encargo nada simples, nem muito menos simplificável, o que, aliás, não pode ser. Simplificável, todavia, deve ser o acesso à justiça. Este, como venho aprendendo, é um dos adágios da Justiça Trabalhista. Principal e fundamentalmente, porque os interesses em conflito, geralmente, são expelidos do útero de um suficiente, apto a aguerrir-se de todos os meios que está munido, com o simples fito de sobrepujar os interesses contrários, paridos de um hipossuficiente. Peço licença para entrar no prédio, pois, embora seja público, fui ensinado que é educado pedir licença. O clima é amistoso e, ao contrário de outras sedes de outras justiças que já freqüentei, os funcionários apresentam uma feição bastante natural. Sei que pode ser apenas uma impressão, almocei bem e estou de bom humor, ou talvez, de fato, o acesso à justiça esteja realmente simplificado neste local. Para falar na sala de audiências também não é preciso pedir licença. O falar é