Relatório do filme "O homem com a câmera" Vertov
Este filme interessante de 1929 me pareceu uma metalinguagem do próprio cinema. Um filme que ensina “a como fazer um filme”. O seu início demonstra que tudo está quieto, em silêncio e quando a orquestra começa a tocar, o dia começa em Moscou.
O diretor mostra uma cidade que está adormecida, e há pessoas dormindo por todo lugar. A montagem é o ponto central do filme. Um personagem entra no carro com uma câmera e passeia pela cidade filmando fatos cotidianos e não planejados, o que revela um novo estilo, como um pré-documentário.
Há também um mulher que é bastante focada, onde ela acorda, toma banho e realiza as demais atividades que um dia comum requer. A montagem está por todo o lado e há uma cena interessante onde ele compara persianas abrindo e fechando com olhos também abrindo e fechando.
A cidade acorda e todos começam a trabalhar. A mulher referida acima sai de casa. Nesse momento, os passeios pela cidade com o homem que porta a câmera são mais frequentes.
Em um determinado período de tempo, o diretor mostra registros que marcam a vida das pessoas, como casamento, nascimento, divórcio e velório (morte). Logo após, mostra um processo de embelezamento das pessoas em um salão de beleza. O filme é repleto de montagens e o final do filme mostra a câmera parecendo um organismo vivo, como robô. Não há uma história definida ou enredo. Creio que o diretor quis mostrar um dia cotidiano em Moscou com uma trilha sonora empolgante, resgatando os aspectos de montagem e criando um novo estilo para si próprio.