Relatório da economia bancaria
O ano de 2008 foi marcado pelos efeitos da crise internacional, principalmente após a quebra do Lehman Brothers, sobre os mercados financeiros domésticos. Entretanto, um ambiente de estabilidade monetária, solidez do sistema bancário e de aprofundamento do mercado de crédito doméstico contribuiu sobremaneira para a resistência do país à crise. Também contribuíram para essa resistência as ações adotadas pelo Banco Central do Brasil no sentido de regularizar a liquidez e compensar a escassez de linhas de crédito internacional. Com tais intervenções, o Banco Central logrou rapidamente contornar restrições identificadas no mercado de crédito, de modo que, ao final do ano, as operações de crédito aumentaram 31,1% em relação ao ano anterior e atingiram cerca de 41,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Este relatório traz, na parte I (Evolução Recente do Mercado de Crédito e Decomposição do Spread), capítulo 1 (Juros e Spread Bancário), a tradicional apresentação do comportamento recente dos principais indicadores do mercado de crédito, entre os quais a evolução dos saldos e o comportamento das taxas de empréstimo. Ao final desse texto, apresentam-se também as principais medidas recentes no âmbito do crédito, inclusive aquelas adotadas pelo governo e pelo Banco Central para regularizar a liquidez e compensar a escassez de linhas de crédito internacional. Anexo ao texto, é apresentado um resumo das medidas sugeridas e adotadas no período. O capítulo 2 (Decomposição do Spread Bancário e Apresentação de Nova Metodologia) apresenta uma atualização da metodologia utilizada para a decomposição do spread bancário, cuja alteração mais relevante consiste na estimação do efeito dos subsídios cruzados causados pelo direcionamento obrigatório para o crédito rural e para o crédito habitacional. A inclusão dos créditos direcionados exigiu também a revisão e a melhoria de toda a metodologia de decomposição do spread já existente, sendo considerada como taxa de captação