Relatorio
A ética profissional impediu que Freud apresentasse seus casos porque haveria sempre o perigo de que a identidade de seus pacientes pudesse ser descoberta por leitores curiosos. Nunca se conhecerá totalmente a grande quantidade de elementos estudados por Freud.
Freud publicou seis relatos de casos, Schreber (1911), descrito pelo juiz Daniel Schreber. Outro caso foi o do pequeno Hans (1909), tratado pelo próprio pai. Os outros quatro casos foram tratados por Freud e ficaram conhecidos como o caso de Dora (1905), o caso do homem-rato (1909), o caso do homem-lobo (1918), e um caso de homossexualidade feminina (1920).
Freud não considerava sua capacidade de observação como algo incomum.
“Quando me propus a descobrir o que havia no intimo das pessoas, não pela força persuasiva da hipnose,mas pela observação sobre o que elas dizem e revelam, pensei que a tarefa seria mais difícil do que realmente é. Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir logo se convencerá de que nenhuma pessoa pode guardar segredo. Quando os lábios silenciam, os dedos ficam tamborilando; a pessoa é traída a cada passo. A tarefa de tornar consciente aquilo que se esconde na mente humana pode ser perfeitamente realizada (1905, pp. 77-78).
É impossível afirmar, com certeza se os casos publicados, constituíram as fontes empíricas das teorias que elas explicam ou se eram convenientes e claros exemplos teóricos de Freud. Esses casos não devem ser confundidos com a aplicação da teoria psicanalítica para a melhor compreensão da literatura e das artes, ou para fins de critica social.
A interpretação de uma obra literária ou a analise de uma instituição social, pelos esquemas da teoria psicanalítica, podem ter ajudado a confirmar a utilidade dos esquemas e mesmo a validar sua autenticidade e universalidade, mas as produções literárias e artísticas e as instituições sociais, em si mesmas, não constituíram parte dos dados empíricos de que Freud se utilizou.