Relat Rio Do Filme
O Filme retrata a violência nos morros do Rio de Janeiro, de um lado a polícia especializada, criada especialmente para combate ao crime nos morros, o BOPE (Batalhão de Operações Especiais) e do outro lado, o tráfico de drogas formado por jovens alistados no próprio morro que sustentam um estado paralelo, ocupando um espaço vazio deixado pelo Estado Democrático de Direito. E no meio dessa guerra, a população trabalhadora que sofre pelas consequências das arbitragens de ambos os lados. Ao contrário do que é retratado nos jornais diários, a questão é bem mais complicada – onde Não se sabe exatamente qual lado está com a razão. Trata-se de uma questão social crítica que nasceu a partir dos absurdos que a política capitalista provocou na sociedade.
O povo muitas vezes é excluído e humilhado, e que só recebe do Estado o descaso e com repressão eles passam a ver no tráfico uma saída e uma forma de reagir aos absurdos sofridos constantemente. Os direitos mínimos não são respeitados, os salários e as condições de vida provocam revolta e descontentamento. As pessoas não têm qualquer chance de melhora e não existe educação, saúde, lazer, saneamento básico, remédios, higiene. O preto pobre, historicamente marginalizado é empurrado para cima dos morros para sobreviverem em condições desumanas e quando se revoltam contra tudo isso, e acabam vendo nas drogas um modo de financiamento social, não existe quase escolha. O jovem acaba crescendo vendo sua família sofrer as maiores privações e escassez e acha que Não tem a menor chance de uma vida diferente, a educação está além das suas chances e com a fome não se pode pensar/estudar e desde muito cedo é obrigado a ajudar de qualquer forma a família no sustento, e o crime é um convite muito mais forte que a pouca moral ou consciência ética social. Já o consumidor da droga não é o pobre, e sim o filho da classe média que possui recurso suficiente para sustentar o vício.
O conflito