Rela O De G Nero MOORE
Compreendendo Sexo e Gênero
O termo “natural”, segundo Moore (1997) é empregado de maneira equívoca pela mídia e em debates públicos, ou até mesmo de maneira enganadora. A interpretação biológica para os fatos que acontecem cotidianamente, segundo o autor, deve ser observada com cautela, uma vez que, estudos recentes apontam que nem sempre atos violentos e outros comportamentos antissociais, por exemplo, estão diretamente relacionados aos hormônios- como sempre se acreditou- e, sim, a vários fatores sociais e culturais.
O determinismo biológico é considerado um entrave entre os cientistas sociais estudioso das relações de gênero, pois, através de suas concepções antiquadas em relação a ‘sexo x comportamento’ deturpam praticamente todo o entendimento social que se tem acerca desse assunto que é tabu em muitas sociedades. Para Yanagisako e Collier (1987) praticamente todos os estudos acerca do parentesco e gênero feitos até hoje fracassaram devido as suas concepções baseadas nos estudos deterministas biológicos que se tinha como base até então, ou seja, idéias como algo que é pré-social, independente das circunstâncias, gênero e cultura.
O que se quer fazer entendido no artigo é que o “... o intercurso sexual e a reprodução humana não são somente processos fisiológicos, são também atividades sociais; que o conceito de gênero é construído dentro de um conjunto de sentidos e práticas sociais.” (pág. 4).
Os casos de atletas olímpicas que após se classificarem como mulheres em determinada modalidade e logo em seguida serem reclassificadas como homens, após ser constatado que seus cromossomos eram ‘imperfeitos’, mostram claramente que a visão ocidental antropóloga retrógrada é predominante e é capaz de interpretar e reinterpretar o conceito de sexualidade e identidade do indivíduo.
A dificuldade predominante no mundo ocidental para caracterizar o “Sexo” de Errington (1990) é que o macho biológico e a fêmea biológica são essenciais