Rei e Rainha
Poderoso e rico, D. João V, medita "no que fará a tão grandes somas de dinheiro, a tão extrema riqueza", e anda preocupado com a falta de descendente, apesar de possuir bastardos. Promete "levantar um convento em Mafra" se tiver filhos da rainha Maria Ana Josefa, com quem tem relações para cumprimento do dever, em encontros frios e programados. A sua pretensão vai realizar-se com o nascimento da princesa Maria Bárbara e, apesar da decepção por não ser um menino, mantém a promessa de que "Haveremos convento." (Cap. VII).
Em Memorial do Convento, o rei, que com "medo de morrer" decide a sagração da basílica de Mafra para o dia do seu aniversário (22 de Outubro de 1730), surge, diferente da História, ridicularizado.
D. Maria Ana Josefa (Documento Pen)
(relação do rei com a rainha, infidelidades, ironia presente em toda a obra)
Nas primeiras páginas, é-nos descrita a relação entre o rei e a rainha. A corte é o centro em redor do qual se organiza o Poder.
O rei e a rainha são representantes do poder e da ordem, mas também da repressão que naturalmente é característica dum regime absolutista.
A relação conjugal resume-se a um único objectivo: dar um herdeiro à coroa. Não existe nenhum envolvimento afectivo entre o rei e a rainha. O rei cumpre “vigorosamente” o seu dever de marido e vai ao quarto da rainha duas vezes por semana a fim de concretizar o seu dever de rei. Porém, a “devota parideira” é já culpabilizada por “mais de dois anos” de