Região, Diversidade Territorial e Globalização.
A questão regional retoma sua força, não apenas nas ciências sociais, em função de vários debates acadêmicos, como também pela proliferação de regionalismo, identidades regionais e de novas velhas desigualdades tanto a nível global como intranacional.
A nível teórico podemos reconhecer, nas ultimas décadas, a amplitude da questão: regionalismo, identidades regionais e/ou regiões são ou foram abordados tanto pela Ciência Política, pela Economia Regional, pela Sociologia, pela Antropologia e pela História. Isto sem falar em áreas ligadas as Ciências Naturais, onde começam a surgir conceitos como o de “bio-região”, numa correspondente entre “identidade biofísica e cultural”.
Devemos relembrar, sobretudo nossos clássicos, responsáveis por uma “paternidade” da região em Geografia, especialmente Vidal de La Blache, Carl Sauer e Richard Hartshorne. Estes autores, em distintas perspectivas, enfatizaram a diferenciação de áreas” como questão fundamental para o trabalho do geógrafo.
É importante destacar o grau de abrangência do conceito que se tornou com certeza o mais pretensioso dentro de Geografia, e talvez por isso mesmo, também aquele que é mais nitidamente reconhecido como um conceito geográfico por outros cientistas sociais. A região nunca deixou de ser um instrumento de trabalho para o geógrafo, isto sem falar nos planejadores, nos políticos e nos militares.
No final do século XIX ainda eram fortes as correntes deterministas/ambientalistas que entendiam que o espaço deveria ser interpretado antes de tudo pela diferenciação “natural” da superfície terrestre.
Ao observarmos as correntes geográficas que enfocaram a regionalização, percebemos que algumas entendiam a diversidade territorial mais pelo viés da diferença, em sentido estrito, ou seja, da singularidade, como é o caso da geografia regional lablacheana, e outras mais pela perspectiva da desigualdade, tomando um padrão de medida como referencia para, em