Refugiados Ambientais
REFUGIADOS AMBIENTAIS: VÍTIMAS E PROTAGONISTAS DA DESTRUIÇÃO
Por definição, um refugiado ambiental (ou climático) é uma pessoa que foi obrigada a emigrar de sua terá natal em função de mudanças no meio ambiente, como enchentes (aumento do nível do mar, por exemplo), desertificações, secas e até mesmo a interrupção de eventos climáticos sazonais. Estas mudanças climáticas são provocadas por fenômenos naturais ou por ações dos seres humanos. Neste último caso, as mudanças climáticas têm sido provocadas a partir da Revolução Industrial (século XVIII), momento em que aumentou significativamente a poluição do ar.
Segundo Márcia Castro, mestre em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutora na mesma área pela Princeton University, a condição de refugiado significa cruzar fronteiras entre países; indivíduos que se deslocam dentro do país não são refugiados.
O problema com a migração por problemas climáticos não é recente, entre 22 mil e 10 mil anos atrás, a Europa Setentrional, a Ásia e a América do Norte foram abandonadas pelas populações humanas por causa da última Era Glacial, quando o corredor de gelo se fechou e as rotas costeiras congelaram. O aquecimento global 52 mil anos antes do presente resultou na colonização da Europa, por migrantes vindos do Oriente Médio.
A mudança do clima é um processo; não acontece de imediato. Pode gerar aumento do nível da água ou seca. Pode ainda estar relacionada à intensificação de eventos extremos (furacões, chuvas, etc.), cujo impacto é imediato e cuja magnitude depende da intensidade do evento. Ambas as situações estão associadas a deslocamentos populacionais. Temos como exemplos os habitantes das ilhas Carteret, na Papua-Nova Guiné, que evacuaram o arquipélago como resultado da subida do nível do mar, em 2002, atribuída ao aquecimento global, e os eventos de furacões, como o furacão Katrina,