Reforma urbana de pereira passos
Por:
P. G. Novas
Rio de Janeiro
-2007-
INTRODUÇÃO:
Desde o final do século XIX, o Rio de Janeiro tinha as suas ruas e a vida de seus habitantes, transformadas por novidades. Desde as mais significativas, como a transição do trabalho escravo para o trabalho livre; a inauguração das primeiras fábricas de grande porte; a crescente imigração; a construção de ferrovias e a mudança de regime político, bem como as mais pontuais, embora tenham marcado o cotidiano dos habitantes do Rio de Janeiro, tais como o telégrafo, o cinematógrafo, a iluminação elétrica; a eletrificação dos bondes, entre outras tantas.
Porém, se todas essas mudanças externas ocorriam, para muitos contemporâneos daquela reforma a cidade ainda possuía um aspecto colonial, e isto era percebido como um sinal negativo. O traçado urbano de Paulo de Frontin e Francisco Bicalho procurava demolir estas marcas e criar novas, enquanto outros profissionais, como o Dr. Oswaldo Cruz, se lançavam na empreitada de salvar não o corpo da cidade, mas os corpos na cidade, vacinando a todos contra as epidemias e as doenças sociais com as armas da higiene.
O “BOTA-ABAIXO”:
O refazer da cidade, período conhecido como “Bota-Abaixo”, aproximava-se de uma tentativa de renovação urbana, que dependeu não só da construção de novos prédios, como da destruição do que antes existia. A reforma urbana não só possuía uma dimensão física, mas também simbólica, já que o espaço estava sendo transformado na pretensão de que o Rio de Janeiro se tornasse àquilo que então era entendido como uma capital moderna.
Se a preocupação em sanear a cidade estava ligada a um de seus maiores problemas, pois tal como se apresentava, não garantia condições de higiene no que diz respeito à moradia, ao trabalho e - muito menos à possibilidade de atração de viajantes estrangeiros -, a preocupação com o embelezamento serviria para, pelo menos teoricamente, solucionar este problema, já que