Reforma Ortográfica e a lingüística defendida por Marcos Bagno.
No livro "Preconceito Linguístico" o autor Marcos Bagno, defende a língua viva e legítima falada no Brasil.
O autor apresenta uma militância contra o preconceito lingüístico e em favor de uma educação em língua materna mais democrática e coerente com a educação atual.
Marcos diz que a língua é como um rio que se renova, enquanto a gramática normativa é como a água do igapó, que envelhece, não gera vida nova a não ser que venham as inundações.
O preconceito lingüístico vem sendo alimentado diariamente pelos meios de comunicação, que pretendem ensinar o que é "certo" e o que é "errado", sem falar nos instrumentos tradicionais de ensino da língua, ou seja, a gramática normativa e os livros didáticos.
Bagno fala em ter abandonado a expressão “norma culta” que é idealizada de língua “certa” prescrito pelas gramáticas normativas e por seus divulgadores quanto para designar o modo como realmente falam e escrevem os brasileiros urbanos, alfabetizados e de boas condições financeiras.
Ninguém, portanto, na fala normal e espontânea usa a forma prevista pela norma-padrão. Por isso, é possível dizer que a norma-padrão não faz parte da língua, se por língua entendemos como a atividade lingüística real dos falantes no cotidiano.
Para o autor é passada a hora de se produzir uma nova gramática de referencia do português brasileiro contemporâneo que venha a substituir as gramáticas normativas que ainda circulam no mercado, cheias de inconsistências teóricas e contradições metodológicas, inspiradas em preconceitos sociais. É preciso uma nova gramática que descreva e autorize o que já está pacificamente inserido na fala de todos os brasileiros, inclusive dos qualificados de “cultos”.
Enfim, é necessário mostrar, em sala de aula e fora dela, que a língua varia tanto quanto a sociedade varia, que existem muitas maneiras de dizer a mesma coisa e que todas correspondem a usos diferenciados e eficazes dos recursos