PRECONCEITO LINGUISTICO
Preconceito lingüístico e coitadismo lingüístico | Implicante
Preconceito lingüístico e coitadismo lingüístico
Por Flávio Morgenstern
Kindle
O livro do MEC não é novidade no reino das Letras – é até fichinha perto da subserviência à ignorância que as faculdades obrigam seus alunos a aceitarem. O objetivo do plano tem, sim, a assinatura do PT.
„Gelernt habe ich dort nur Latein und Lügen.”
(Lá [na escola] aprendi apenas duas coisas: latim e mentiras.)
– Hermann Hesse (com a diferença de que no Brasil não aprendemos latim.)
Neste momento já é consabido que o MEC aprovou o livro “Por uma Vida Melhor”, da professora Heloísa
Ramos, que defende a idéia revolucionária de ser fisicamente possível falar “nós pega o peixe”, sem punição divina imediata com um raio nos fundilhos. O argumento é que o maior dos problemas em usar tal sentença nas CNTP é sofrer “preconceito lingüístico”. Em outras palavras, o maior problema está em quem ouve, não em quem profere.
PUBLICIDADE
Pela primeira vez o Brasil secular descobriu o que se estuda porta adentro das ignotas faculdades de Letras
(visto que nenhum letrando parece dominar muito bem a gramática normativa) – por lá o que se faz são discussões bizantinas como o “preconceito lingüístico”, além de outras patranhas a respeito da “sociedade de classes”. Muitos “especialistas” em algo indefinido (especialistas em preconceito?) vieram a público explicar seu ponto de vista. Sendo uma área do saber humano em que há teorias rivais terçando armas entre si pela propriedade da verdade, é hora de um especialista no assunto mostrar o lado inverso dessa patacoada.
O preconceito lingüístico é um conceito marxista criada pelo sociólogo Nildo Viana como demonstração de outra forma de opressão e luta de classes. Seu maior defensor, calcado em escritos de Pierre Bordieu, é o professor da UnB Marcos Bagno. Seu