Reflexões sobre a ética na pesquisa científica
As questões éticas estão se tornando um foco de interesse em todas as áreas da atividade humana. Muitos artefatos desenvolvidos a partir de conhecimentos científicos trazem avanços, resolvem problemas e repercutem na qualidade de vida. Mas, a cada novo problema resolvido, quase sempre surgem questões éticas associadas às soluções encontradas e seus desdobramentos.
As questões éticas ligadas à pesquisa podem ser vistas sob dois ângulos. O primeiro, refere-se aos impactos do uso de conhecimentos científicos na vida humana. O segundo, refere-se à forma ou meios de obtenção do conhecimento no ambiente da pesquisa científica.
Em relação aos impactos na vida humana, a pesquisa científica suscita questões éticas como: a solução encontrada respeita o ser humano em seus aspectos físico, moral e psicológico? Em sua autonomia? Em seus direitos? Em sua liberdade? Já em relação aos meios de obtenção do conhecimento, as questões éticas relacionam-se à conduta e atitude do cientista: os dados usados são confiáveis? O pesquisador teve atitude ética de respeito às pessoas envolvidas? Foi fiel aos dados obtidos? Há referências às fontes de informação? Algum dado foi “fabricado”?
Esse último aspecto chama a atenção pela quantidade de questões éticas surgidas ultimamente nos meios de produção científica. São tantos, que justificaram a criação de órgãos de avaliação da pesquisa científica, sob o ponto de vista ético. Uma das maiores organizações para essa finalidade é o Office of Research Integrity – ORI – Escritório de Integridade na Pesquisa (www.ori.hhs.gov) – criado pelo Departamento de Saúde do governo Americano em 1992, com o objetivo de promover a ética e integridade na pesquisa, na área da saúde.
A partir da década de 1990, organizações e comitês de ética na pesquisa, resumiram em três palavras os pecados capitais da conduta irresponsável no meio científico: a mentira, a