Reflexões psicopatológicas dos transtornos alimentares
REFLEXÕES PSICOPATOLÓGICAS DOS TRA STOR OS ALIME TARES
A OREXIA ERVOSA
André Luis C Ramalho
“Pão é amor entre estranhos.”
Clarice Lispector
O trilhar desse texto foi de insigne pesquisa de textos sobre o assunto após preliminar apresentação psicopatológica realizada em sala de aula, no curso de
Especialização em Psicopatologia e Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de S Paulo, através da disciplina lecionada de maneira singular pela
Professora Ana Cecília Scazufca.
O tema a ser abordado é comentado e estudado desde muito tempo, e muito em evidência no contexto da modernidade. Revendo pontos sobre a história das doenças humanas, encontra o que se convencionou chamar de doenças efêmeras, entidades clínicas descritas em determinadas épocas, discutidas por hábeis observadores, e que hoje, por uma razão ou outra, desapareceram e deixaram dúvidas sobre o que de fato constituiam. No dizer de William Osler, “existem na cabeça dos médicos, mas não no corpo dos pacientes”.
A anorexia nervosa é um transtorno do comportamento alimentar que se caracteriza por uma grave restrição da ingestão alimentar, busca incessante pela magreza, distorção da imagem corporal e amenorréia, desenvolvida principalmente em meninas adolescentes e mulheres jovens.
Como bacharel em Medicina, não posso deixar de citar que a anorexia hoje conhecida como tal tem de acordo, conta com classificações e critérios (dentre eles os descritos no famoso DSM IV), podendo até ser de dois tipos: o restritivo (perda de peso é conseguida principalmente através de dietas, jejuns ou exercícios excessivos) e o
Purgativo – ou compulsão periódica (quando o indivíduo se envolveu regularmente em compulsões periódicas ou purgações – ou ambas – durante o episódio atual; a maioria dos indivíduos com Anorexia Nervosa que comem compulsivamente também fazem purgações mediante vômitos auto-induzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou
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