Reflexões críticas sobre a perspectiva do “cuidar” atribuído à mulher.
Este trabalho tem como objetivo construir um diálogo reflexivo entre a disciplina de Trabalho Social com Família, o texto “Um Amor Conquistado: o Mito do Amor Materno de Elizabeth Badinter” (2009) fazendo uma revisão teórica acerca de alguns aspectos pertinentes a autores que se propõem a conceituar família estabelecendo uma relação destes conceitos com papeis atribuídos a mulher. Ao final deste artigo destacar a relevância da mulher na família contemporânea.
Rio de Janeiro, Dezembro de 2013.
Introdução
O debate que envolve os aspectos familiares vai sempre estar presente na dinâmica do cenário atual, com valores culturais que vão contribuir para a construção de uma visão de família, como base estrutural de uma sociedade, configurada no modelo tradicional, onde tem na figura masculina a função de provedor e na mulher o espaço do lar e cuidados dos filhos.
BADINTER (1981), apresenta no seu texto, uma discussão sobre a criação social do amor maternal atribuído à figura da mulher, sobre a crença da maternidade está acima dos valores terrenos. Uma concepção perigosa que pode contribuir com a estigmatização das mulheres que por razões próprias, decidem não ter filhos. Consideradas “anormais” por não desenvolver o “instinto” materno, segundo a visão ideológica do Larousse (ed. 1971, apud Badinter, pg. 11), essa visão, pode nos levar a reproduzir uma ideologia pautada na moral.
Apesar de todo esforço das mulheres pela conquista de seu espaço no âmbito público (trabalho) e suas lutas constantes pela igualdade de direitos, a esfera pública, em grande parte ainda, é privilégio do homem. Cabe a mulher a jornada de trabalho (âmbito público) e o cuidado do lar (âmbito privado), dos filhos e companheiro. Uma reprodução social de um modelo cultural com valores que se ostentam ao longo dos tempos e que retirou da mulher o direito de