Reflexão - o ENEM como Política Educacional para promoção de maior acesso ao ensino superior
Marcelo de Mesquita Ferreira1
Em nosso país, historicamente, o acesso à universidade pública (e privada) sempre foi responsabilidade da própria instituição ou de fundações contratadas.
E os candidatos além de passarem por uma maratona exaustiva de provas, ainda se submetiam a um formato de avaliação que não primava o objetivo de refletir sobre o desenho curricular do ensino médio, sua função avaliativa ficava no âmbito da seleção: apenas selecionar alunos de acordo com o perfil considerado mais adequado a cada universidade.
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) criado em 1998, que tinha como objetivo, apenas, avaliar a qualidade do ensino médio no país e, consequentemente, a qualidade desse nível de ensino, serviu para fomentar políticas educacionais visando a melhoria da qualidade do ensino médio, principalmente na rede pública. Nesta perspectiva, o exame atende a duas finalidades distintas: servir como mecanismo de avaliação dos alunos como candidatos ao ensino superior e ainda subsidiar reflexões pedagógicas que reorientem as fragilidades do ensino médio em nosso país, dando um norte direcional para os rumos deste ensino visando uma melhora constante em termos de qualidade.
Partindo do princípio de que o Enem tem competência para tal avaliação, por que não utilizá-lo como referência para o acesso único ao ensino superior em nosso país? Desde sua criação, muitas mudanças ocorreram até chegarmos ao formato de hoje, o Ministério da Educação (MEC) responsável pela formulação e
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Professor Pesquisador com o desenvolvimento de pesquisa em Educação, Direito e Cidadania - Linhas de Pesquisa:
Direitos Fundamentais e Novos Direitos & Sustentabilidade e Direito - A integração necessária para implementação da cidadania; Mestrando em Educação na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Faculdade de Educação - FaE,
PROMESTRE Mestrado Profissional -