Reflexão sobre o filme a onda
Luciandro Pereira Sodré
Sinopse: O filme narra a história de Rainer Wegner, professor, que deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de "A Onda". Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo.
O filme traz à tona questões relevantes a cerca dos modelos e padrões praticados pela sociedade contemporânea. Percebemos a insatisfação e a falta de perspectiva em que nossos jovens se encontram e como se tornam vulneráveis na busca de um sentido à própria vida. O microcosmo da escola também é demonstrado com todas as situações típicas como a separação de grupos de alunos, os professores pragmáticos, os professores revolucionários etc. Mostra como ao se fazer um trabalho pedagógico sem o aspecto de grupo, de unidade docente e institucional, corre-se o risco de isolamento e a falsa impressão de colaboração, eficácia/ eficiência didática. O processo de ensino-aprendizagem pode então ficar comprometido uma vez que uma disputa por poder, por evidência entre o corpo docente pode cegá-lo a tal ponto de esquecer-se do caráter libertário que se pretende na educação.
Outro ponto relevante é a importância que o professor tem na concepção ideológica de seus alunos. O quanto se tornam um espelho e o quanto podem influenciar seus alunos que encontram-se em processo de formação de caráter, de personalidade, ou seja, sua consolidação enquanto indivíduo. A educação, no papel do professor, tem esse viés transformador. E como já dizia Paulo Freire “... a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” O professor deve portanto utilizar essa influencia favoravelmente, a serviço de concepções, ações e ideais altruístas,