Reflexão sobre o filme enfrentar a vida
Este filme mostra-nos a história de um casal com dois filhos adolescentes, em que o filho mais velho (Charlie) tem autismo e que a mãe se encontra grávida de mais um filho. Nele são abordadas várias questões relacionadas com o espectro do autismo, nomeadamente o preconceito que ainda existe na sociedade relativo ao desconhecimento desta doença, no entanto mostra-nos que este preconceito já foi ultrapassado por algumas pessoas. No filme podemos ainda ver a difícil integração do irmão dito “normal” (Thomas) e a sua dificuldade em lidar com as situações que lhe vão surgindo devido ao facto do irmão ser autista. O filme começa com a mudança de uma família para uma nova casa e a respetiva intervenção na casa, com a colocação de cadeados em armários e móveis por forma a receber Charlie em condições de segurança. Esta mudança de residência poderá ter sido provocada por razões profissionais, no entanto deixa-me a dúvida se não foi por questões sociais, pois os novos vizinhos não são recetivos à convivência com um jovem com este tipo de patologia, o que poderá indicar que os anteriores também não o eram. Os novos vizinhos chegam a chamar as autoridades competentes para estas verificarem a suposta violência que existe e ameaçam chamar a polícia se algumas destas situações voltarem a acontecer, nomeadamente o ritual compulsivo de bater a colher de pau no chão do jardim e fazer vocalizações enquanto se balança, que caracteriza o comportamento dos autistas. São várias as visões que podemos ter acerca do modo negativo como as pessoas reagem socialmente. Podemos observar a discriminação e o estereotipar dos portadores de qualquer deficiência, no modo em como os alunos do liceu onde o irmão mais novo vai estudar, se comportam à passagem do autocarro que recolhe os adolescentes portadores de deficiência, chamando-os de “atrasados”, atirando ovos e provocando reações nestes adolescentes, que os mesmos não