Reflexão sobre cuidado de idosos em instituições de longa permanência
O tema sobre longevidade e envelhecimento não tinham tanta importância na sociedade brasileira, ou pelo menos, não se dada à devida importância a ele nas pesquisas e em trabalhos científicos. Essa temática passou a ser mais debatida devido a questões relacionadas com a dinâmica demográfica da sociedade brasileira nos últimos anos. Esta vem se caracterizando por um aumento da população idosa e diminuição dos jovens e crianças, ou seja, observa-se uma inversão na pirâmide populacional, devido a uma série de motivos, dentre eles, a redução do tamanho das famílias e a crescente presença das mulheres no mercado de trabalho. Assim, surgem questões ligadas à criação de políticas públicas para essa parcela específica da população.
Nesse cenário ganha visibilidade às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e as cuidadoras de idosos, que são objeto de estudo das autoras Batista e Araújo (2011). No artigo, as autoras discutem o que elas denominam de mercantilização da vida íntima, ou seja, sobre o cuidado de pessoas idosas em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) realizado por cuidadoras, em troca de um salário, no Brasil, cujo foco do estudo gira em torno das questões afetivas entre cuidadoras e os idosos.
É importante ressaltar que as ILPIs são conhecidas por diferentes denominações: abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica, mas que, de maneira geral, tratam de estabelecimentos para atendimento integral, cujo público alvo são as pessoas idosas, dependentes ou independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a família ou individualmente em seu domicílio, ou seja, precisam de cuidados prolongados.
Verifica-se que o cuidado das pessoas idosas foi por muito tempo realizado intimamente pelos familiares, mais especificamente pelas mulheres. As mais jovens eram sempre incumbidas de cuidarem dos mais velhos e essa tarefa passava de geração em