reflexão critica

REFLEXÃO CRÍTICA: ENCAIXOTANDO HELENA

“Encaixotando Helena” conta a história de Nicholas, um médico bem sucedido que cresceu sem amor familiar e acreditando que poderia conquistar tudo com dinheiro e persistencia.
Nick tem a vida que muitos sonham: um ótimo emprego, uma mansão, uma namorada que o ama e faz de tudo por ele, um amplo círculo de amizades e coisas mais. Porem, ainda lhe falta algo: Helena, uma mulher com quem Nick saiu certo dia e se apaixonou doentiamente. Apesar de ser rejeitado e humilhado por ela, ele faz de tudo para reconquistá-la, até amputar seus membros para que ela dependa completamente dele.
Em uma releitura da teoria psicanalítica proposta por Sigmund Freud, Lacan propõe uma nova visão em relação ao complexo de Édipo e as chamadas por ele estruturas clínicas, a saber, psicose, perversão e neurose que se constituem por meio dos três tempos do Édipo. (DOR, 1992).
É embasado nos elementos da linguística estrutural propostos por F. Saussure que Lacan coloca o inconsciente como elemento estruturado na linguagem. De acordo com Dor (1992, p. 28) “é o próprio ato da linguagem que faz advir o inconsciente e o lugar onde ele se exprime”, é em torno do conceito de signo linguístico e a distinção dos dois eixos da linguagem propostos por Saussure, que surge os primeiros escritos da psicanálise lacaniana. Lacan retoma o conceito de Édipo proposto por Freud e faz uma releitura deste, dizendo que o mesmo ocorre em três tempos e as relações existentes entre a criança, e os significantes materno e paterno vão determinar a estrutura clínica a que esse sujeito será inscrito e em decorrência disso, será identificada a relação do sujeito com a linguagem. É no terceiro tempo do Édipo que se instaurará a estrutura clínica da neurose que ocorre por meio da incidência do recalque originário.
No filme em questão pode-se dizer que a estrutura clínica de Nicholas é a neurose com modo de posicionamento obsessivo. O neurótico obsessivo acaba por anular