Reflexoes sobre analise
Venho por meio deste artigo fazer uma reflexão sobre o por que me debruçar sobre a teoria freudiana, visto que meu percurso enquanto paciente fez com que eu transitasse por variadas terapias, ditas muito mais rápidas e eficazes, mas que me remeteram à produções superficiais e até mesmo impessoais. Digo impessoal porque olhando para trás pude perceber que talvez na relação terapêutica não tivesse me colocado inteiramente como sujeito, optando por reproduzir um diálogo carregado de fantasias implícitas do que imaginava que deveria dizer.
Pensando bem, colocar-se como sujeito é algo que exige esforço quando se é constituído através de desejos alheios...E é ai que a psicanálise entra na minha vida. Ela me encanta justamente porque abre espaço para eu poder vir a ser, me escutar e me revelar independente das tão onipresentes expectativas. Tal caminho não é fácil e nem carrega a garantia de sucesso, mas abre espaço para uma escuta mais verdadeira e com menos cobrança, tornando singulares as experiências de vida.
Esse processo, muitas vezes árduo e doloroso, seguramente envolve menos dispêndio de energia do que atendermos constantemente as expectativas do outro. Falo isso porque nos encontramos em uma sociedade carregada de crenças e valores prontamente compartilhados, que deixa pouco espaço para questionamentos ao colocar o indivíduo em um automatismo frenético. Tais reflexões sempre estiveram presentes em minha vida, mas a praticidade do dia a dia não dialoga com tais conteúdos. Logo, faz-se necessário em algum momento da semana, deitar-se no divã, para quem sabe, escapar de qualquer tentativa de normalização, pedagogia ou condicionamento e assim tentar deixar emergir um sujeito mais consciente de seus desejos e não tão colado aos ideais da sociedade.
Tal atitude me soa um tanto libertária e faz pensar que o divã poderia ser o representante oposto de alguns consultórios médicos que tendem a enquadrar o paciente em