Reestruturação capitalista
Prof. Oder José dos Santos2
É insuficiente descrever ou simplesmente explicar o que se passa com a educação e a escola nos tempos atuais. Ambas, a educação e a escola constituem uma das condições gerais de produção e reprodução da força de trabalho. Para o processo social em que configura a educação e para a instituição escolar convergem as profundas contradições do mundo contemporâneo. Conseqüentemente para a análise dessa questão faz-se necessário compreender os processos econômicos, sociais e políticos que determinam os processos educativos e escolares.
A relação existente entre os processos econômicos e os processos educacionais, de modo geral, não é de forma alguma linear, de tipo causa-efeito. O que ocorre, na verdade, é uma relação de causalidade complexa no qual o determinante marca apenas a amplitude das possibilidades de ação do determinado, não a sua forma de realização. Ou seja, o determinante não é causa de uma cadeia preestabelecida de efeitos; apenas marca a amplitude possível desses efeitos, o seu caráter geral, inelutável, não o seu resultado. A imprevisibilidade da sua forma de realização decorrem da possibilidade oferecida por este modelo de causalidade complexa de se pensar o comportamento humano simultaneamente como determinado e com ação sobre o determinante.
A compreensão desses processos implica não só considerar a dinâmica dos diferentes padrões de acumulação de capital que presidem o desenvolvimento econômico, como também as
1 Texto produzido para o FÓRUM NACIONAL DE PEDAGOGIA 11 a 14 / julho 2004 Belo Horizonte.
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transformações profundas e sem precedentes pelas quais vem passando o capitalismo desde o final da década de sessenta. E nesse movimento, paulatinamente, ele vem se reestruturando.
Assumindo, portanto, o ponto de vista de que a análise da educação e da escola deve ser feita no interior das condições gerais de produção, constata-se que a formação do