Redução da Maioridade Penal

O crime hoje nos é apresentado como fruto da pífia educação que grande parte das pessoas recebe e das suas precárias condições de vida, eis que escravas da miséria suscitada pela gritante desigualdade social. Culpa-se uma infância extraviada pelo caos social que nos assola. Há que se verificar, contudo, mais afundo tal assertiva, a fim de não cair em erro quanto à busca por soluções efetivas. Destarte, é imperioso constatar a clássica dicotomia do criminoso nato e da criminalidade como produto do meio.
Da curiosidade em entender de onde vem a violência que tanto nos assusta, buscar a fonte de tanta criminalidade que assola nossa sociedade, surgiram diversas teorias referentes ao estudo do criminoso.
Parte dessas teorias seguiu a linha do atavismo, ou seja, do criminoso nato. Como ilustres representantes de tal pensamento, podemos citar o médico Cesare Lombroso e Enrico Ferri.
Outra parte aliou-se à versão de que apenas o ambiente social seria a verdadeira fonte da criminalidade, linha essa representada por criminalistas como Tarde e Lacassagne.
Atendo-se mais às ideias de Lombroso e Ferri, podemos constatar ainda certa disparidade, que suscita a divergência de teorias entre a antropologia criminal e a sociologia criminal.
Lombroso, em sua antropologia criminal, era defensor da hereditariedade como única determinante do comportamento criminoso. Apontados por aspectos anatômicos, os traços do criminoso formar-se-iam de pronto quando do seu nascimento, ou seja, por força unicamente biológica surgiria a sua personalidade para o crime.
Já Ferri, discípulo daquele, em sua sociologia criminal, concluiu em seu pensamento que a essência criminosa do sujeito adviria, além das condições orgânicas, do ambiente ao qual ele se sujeitasse. Dessa forma, teria uma luz de recuperação o indivíduo tendencialmente criminoso por natureza, uma vez exposto a um ambiente moralmente saudável.
Seguindo essa segunda parte do pensamento do sociólogo, o professor Tailson Pires