Redes Morais
A dinâmica de Inovação Moral Construtivista
Igor Medeiros de Jesus Resumo
Os valores e ideologias se moldam ao Zeitgeist em que são originados, sendo, os mesmos, realimentadores dos padrões de desenvolvimento predecessores e fundamentos dos ideais vindouros. Em suma, o consenso moral e intelectual de determinado grupo – ou rede, como melhor se aplica – ocorre através da colaboração intrínseca e dinâmica dentro desse sistema, sob os moldes da variação memética. Os indivíduos, enquanto células morais, alimentam o sistema dinâmico que atua de forma não-linear e cujo produto é o “código ético” ou determinada ética situacional que se aplica a espaços de tempo delimitados. Em outras palavras, aplicando-se uma visão holística às redes morais, o processo de inovação moral pode ser descrito como um padrão de complexidade monumental, mas que, ainda assim, se sujeita a fatores finitos – mais precisamente, cinco deles.
Objetivo
Esse trabalho busca apresentar a base metodológica de pesquisa e a referência teórica primária para o estudo da Inovação Moral enquanto sistema dinâmico, retirando seu domínio das especulações metafísicas e atribuindo-lhe caráter científico ao abordar seu determinismo como fato e acontecimento observável. Para isso, a fundamentação teórica – principalmente em Nietzsche e Schumpeter – se baseia na interdisciplinarização de conceitos da filosofia, economia e psicologia, tentando adequar a dinâmica moral aos moldes do comportamento econômico – que, assim como a moral, é uma extensão natural e universal da atitude humana. Utilizando como base o modelo de flutuação econômica, cria-se o conceito de flutuação moral/ética que prevê o comportamento de uma rede gerativa de valores adequados ao ambiente/cultura de determinada época.
1. A rede
O termo “rede moral” ou “rede ética” vem se referir diretamente a um grupo que, apoiado por determinada plataforma, estabelece comunicação entre as atividades suas células a fim de gerar