Redemocratização, sociedade civil e suas decorrentes formas de organização no brasil
Centro de Educação e Ciências Humanas
Departamento de Sociologia
Graduação em Ciências Sociais
Professor: Gabriel de Santis Feltran
Aluna: Franciele Gomes
Trabalho final da disciplina de Sociologia urbana
Redemocratização, sociedade civil e suas decorrentes formas de organização no Brasil
1- Introdução
Tendo como referencial básico as discussões feitas durante o curso de Sociologia Urbana e, principalmente, a última parte dele que deu maior relevância aos anos 80 e 90, o seguinte trabalho espera dar alguma contribuição acerca do processo de democratização pelo qual o Brasil passou a partir da década de 80 e quais foram as conseqüências de tal acontecimento para uma maior organização e consolidação da sociedade civil em termos associativistas, que antes se encontrava retraída sob o Regime Militar. Tal análise explorará, especificamente, dois âmbitos da sociedade civil, sendo eles os movimentos sociais e as organizações não-governamentais.
2- Organização da sociedade civil como agente político
Partindo de um contexto mundial, é a partir dos anos 60 que a sociedade civil se manifesta como ator político, seja pelo movimento dos hippies que pretendiam ser vistos e aceitos por se oporem às carreiras tradicionais, entre outras demandas, ou pelos movimentos de rua, que esforçaram-se para deter algum tipo de poder (1968/1969). Mais recentemente, a sociedade civil abriu espaços maiores para participantes organizados com acessos comunicativos, principalmente através de organizações não-governamentais (WILHEIM, 1999). Na América Latina, em geral, a sociedade civil aparece vinculada ao processo de modernização, pois ela se associa à “diferenciação entre Estado e mercado, entre direito público e privado, e com a consolidação de um sistema legal moderno que permite a regulamentação entre indivíduos e o controle do exercício do poder” (PANFICHI & CHIRINOS, 2002: 304). No Brasil, desde o golpe